Plano Tecnológico - Começar a casa pelo telhado

O autointitulado "Engenheiro" anda muito aterafado a inaugurar as "Escolas 2.0" e a berrar aos sete ventos que temos as escolas melhor equipadas do mundo graças ao seu Plano Tecnológico. Imagine-se que esta semana até foi ao Porto para inaugurar escolas (escolas abertas há dezenas de anos, algumas quase centenárias, mas que mesmo assim foram inauguradas). 
Como se nota que as eleições estão por perto.

É pena que o pseudo-engenheiro só nos digne com a sua presença para as inaugurações (e pseudo-inaugurações) e falte sempre aos enterros das dezenas de escolas que se estão a fechar por esse pais.
Também convém frisar que, de momento, estamos a falar da inauguração de meia duzia de escolas que devem representar menos de 0,05% das escolas portuguesas.


Mas a mensagem mais importante que o primeiro ministro quer passar é de que dentro de uns meses teremos os jovens 0.5, os jovens 1.0 e alguns previlegiados jovens 2.0, isto é, teremos:
- Jovens 0.5 que na sua maioria residem no interior, os quais nem sequer têm escolas (vi hoje na TV uma miuda inscrita na primaria em Espanha). Depois queixem-se da desertificação do pais.
- Jovens 1.0, que são a maioria e que terão as escolas de sempre (mal equipadas, degradadas, inseguras e com falta de pessoal e material)
- Jovens 2.0, os previlegiados que terão acesso a equipamento tecnológico e Internet, serão uma minoria, durante os primeiros tempos provavelmente serão em muito menor número do que os 0.5.

Qual foi o critério usado para definir estes cidadãos de primeira, segunda e terceira classe?!  Quem decidiu?

Algumas destas questões até são compreensiveis e podem-se aceitar, pois esta actualização tecnológica não pode ser feita de um dia para o outro e é necessario algum tempo para equipar as escolas todas. Mas, é inaceitável o encerramento de escolas e a discriminação a alguns portugueses, negando-hes o direito universal e constitucional á educação.


Desviei-me um pouco do ponto que queria referir e que originou o nome deste post, voltemos ao Plano Tecnológico e vejamos alguns detalhes interessantes do mesmo.

Segundo o Governo, dentro de uns meses teremos milhares de equipamentos tecnológicos espalhados pelas escolas, até aqui tudo muito bem. 
O que o Governo ainda não nos explicou é como vai dar suporte e manter esses milhares de equipamentos. 
Já se começaram a instalar alguns equipamentos em algumas escolas (PC's, Quadros electrónicos, Internet, Redes wireless, video-vigilância, servidores, etc ...), mas esses equipamentos em uso, nas quantidades faladas e nas mãos dos professores e alunos, não tardarão a começar a dar problemas. 
Quando começarem a dar problemas, que se faz?! A quem se liga? Quem vai efectuar o suporte ao equipamento? De que fabricante é? Qual o nº de série? Que firmware tem instalado? .....

Mas alguém minimamente sério, parte para uma plano desta dimensão sem primeiro montar uma plataforma que assegure o registo dos equipamentos instalados e permita o registo e automatização do suporte!? Pois, parece que o nosso Plano Tecnológico arrancou desse modo.

Senão vejamos:
Os vários concursos de fornecimentos de redes, quadros, pcs, etc ... já foram lançados e na sua maioria adjudicados e já em curso (senão não se poderiam fazer estas inaugurações sem ficar a dever uns favores a determinadas empresas, o que levantaria suspeitas de favorecimento, certo?!).

No entanto, o concurso para dotar o Plano Tecnológico de uma plataforma de suporte ainda não foi lançado. Neste ponto, chamo a atenção para o facto de que uma plataforma de suporte obriga a ter:
- uma ferramenta especializada de software para registar todos os bens e ocorrências (Asset and Service Management),
- uma plataforma de comunicações (call-center),
- operadores qualificados e formados,
- uma série de documentação sobre os produtos a manter,
- uma infra-estrutura tecnológica para suportar tudo isto,
- instalações,
- acordos legais de suporte de 2ª linha,
- etc ...
Como podem verificar uma plataforma para dar suporte a milhares de equipamentos, com milhares de utilizadores, espalhados pormais de um milhar de localizações, está muitissimo longe de ser uma coisa simples de montar e operar.
Pois isso ainda não existe e só agora começaram a pensar nisso.

Por outro lado, estes equipamentos já estão a ser colocados nas escolas. Quem está a proceder ao inventariamento desses equipamentos e de todas as suas caracteristicas.
Quem está a registar que equipamento se instalou onde? Que número de série tinha o equipamento? Quais as suas caracteristicas técnicas? Que modelo do fabricante? Que firmware? Que configuração? Que configuração foi?
Quem recepcionou e deu o Ok à instalação? etc, etc, etc ....
Onde se está a registar essa informaç efectuada ão? Em folhas de papel? Em folhas excel? Em bases de dados Access ou SQL?
Por amor de deus, e depois como e quem recupera essa informação?

Também ainda não ouvi falar nos planos de formação para os utilizadores!! Então se dermos viaturas às pessoas não devemos ensinar a condução primeiro?
Esses equipamentos nas mão de pessoas não formadas não serão de demasiada utilidade, pois sem a devida formação não poderão tirar o máximo partido das suas potencialidades. Será este o conceito do Governo para aumentar a produtividade?!
Depois teremos de ter em conta que equipamentos colocados em mãos de pessoas mal preparadas estão muito mais expostos a incidências pois aumenta o risco de avarias e desconfigurações (já para não falar de roubos, vandalismo, etc ...).


Enfim, poderia alargar-me mais um pouco, mas os pontos focados são suficiente para se compreender que se começou a casa pelo telhado.

O Plano Tecnológico do Governo começou por ser mal pensado, desde o favorecimento de determinadas tecnologías em deterimento de outras a acordos promiscuos que favorecem determinadas empresas tecnológicas, agora parece que está a ser mal executado, começando-se os projectos sem atender às necessidades mais básicas.

Isto nasceu torto e o que nasce torto ....
Só rezo para que tudo se componha e que dentro de uns meses Portugal não seja o lider mundial nas estatisticas de escolas cheias de material electrónico avariado.

Se tens pau ...


Aqui está uma bonita frase do cancionário popular português com que me identifico:

SE TENS PAU PEGA LÁ NO PAU, SE NÃO TENS PEGA LÁ NO MEU.

Isto é uma grande frase!

Então vejamos, isto quer dizer:

SE TENS PAU, isto é, se tens "pila", se és um gajo.
PEGA LÁ NO PAU, isto significa, vai brincar com a tua pilinha e deixa-em em paz

SE NÃO TENS, isto é, se não tens "pila", se és gaja.
PEGA LÁ NO MEU, isto quer dizer, não fique ai de mãos a abanar que eu empresto-lhe o meu (mas só por um bocadinho e sem se separar de mim).

Ora aqui está um refrão digno de nota e com que a maioria dos heterosexuais se identifica.

PS - Resolvi ilustrar este comentário com a imagem de um versátil brinquedo para adultos.
É um brinquedo tão versátil que, por vezes, desejava levar um no carro (pendurado no espelho, por exemplo) para acenar com ele a determinados condutores (e condutoras) de domingo que teimam em me fazer tudo para me despertar a libido. Explico, é que a muitos, depois de me cruzar com eles na estrada, se pudesse fodia-os).

JS propõe o "Dia da Educação Sexual"


Publicado no Expresso:

"A JS propõe também a criação do "Dia da Educação Sexual" para os 2º e 3º ciclo do ensino básico e para o ensino secundário.
Durante este dia serão dadas aulas e realizadas actividades em torno da educação para a afectividade e da educação sexual, abordando, entre outros temas, o planeamento familiar, a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e o respeito pela diferença", explica a JS."


Olha mais uma grande ideia. Será que isso significa que já não tenho de explicar ao meu filho como se fazem os bébés?
Já estou a imaginar a conversa que vou ter com o meu puto, quando ele me fizer uma dessas perguntas não tão simples de responder:

"-Filhote, não me chateies com essas perguntas.
- ....
- Já sabes que só tens de esperar mais uns dias e no "Dia da Educação Sexual" vão- te esclarecer todas as tuas dúvidas.
- ...
- Além disso, nesse dia até te vão oferecer preservativos para que possas ir treinar com as tuas colegas para trás do pavilhão. (espero que ele escolha as colegas e não os colegas, tenho uma mentalidade aberta mas preferiria que o meu filho fosse normal, isto é, heterosexual)
- ...
- Mas tem cuidado não te deixes apanhar senão expulsam-te da escola, por atentado ao pudor.
- ...
- Sim já sei que parece injusto, mas já sabes que não se pode agradar a gregos e a troianos. Assim, em ralação a este assunto e para que não seja sempre a mesma coisa, tiveram uam abordagem contrária à do aborto: Ensinam-te a f...r, dizem-te que f...r é legal, dizem-te para f...res com quem quiseres pois é uma opção tua, mas .... se te apanharem a f...r na escola, fodem-te."

Enfim, no meu tempo não era nada disto e um gajo para conseguir uma merda dum beijo tinha que trabalhar muito, quanto mais para conseguir algo mais do que isso. Enfim, sinais dos tempo e uma inveja do caraças de não ser mais novo.

Nota do Autor - Apesar da minha abertura relativamente à sexualidade de cada um e de considerar que cada um é livre de fazer o que quiser com o seu corpo, continuo a considerar que a normalidade em termos sexuais é a heterosexualidade, pelo que considero os outros comportamentos menos normais (não uso a palavra anormal pois ela possui uma conotação negativa que não pretendo aplicar a esses comportamentos).

PS- Não tenho os direitos sobre a imagem publicada neste post nem sei a quem pertencem.
Informo que a mesma foi copiada de "http://www.adolescencia.org.br/portal_2005/secoes/saiba/sexualidade_nossa_educacao.asp?secao=saiba&tema=sexualidade" e que será retirada deste post caso isso seja solicitado.