Absolutamente pornografico
São absolutamente pornográficos os ordenados e prémios que estes gajos, os gestores das empresas financeiras, cobram para nos maravilharem com os seus extraordinários actos de gestão.
Foi com base nas decisões destes extremamente bem pagos gestores que se construíram estes fantásticos e reluzentes colossos financeiros assentes em terrenos muito movediços e com os resultados que todos temos à vista.
Reconheço que nunca fui um grande entendido em economia, e que nunca entendi alguns deste produtos financeiros pois não conseguia ver donde sairiam as receitas necessárias para os sustentar. Sempre me pareceu que o modelo estava baseado numa especulação continua e que em algum momento isso seria insustentável, o que parece estar a acontecer.
Aliás, creio que o modelo financeiro bolsista, que entendo estar assente numa exigência de crescimento continuo de resultados das empresas cotadas, em algum momento atingirá uma situação parecida pois o mercado não é infinito.
Já no tempo da bolha da Internet, eu não conseguia entender alguns modelo de negócio que se baseavam em pedir milhões aos investidores sem apresentar qualquer fonte de receitas e tendo como único indicador o número de hits de visitantes. Existiam despesas milionárias e não existiam receitas e eu não entendia como se financiavam esses projectos. Enfim ….
Creio que afinal, o eu não entender estes complexos modelos de negócio, não será um problema derivado da minha incapacidade intelectual e falta de preparação especifica, mas sim do facto de estes modelos serem autênticas bulas, em que uma grande quantidade de “entendidos” consegue fazer com que um número imenso de pessoas acreditem que estes modelos funcionam e que eles trarão progresso.
Para que Gostaria de partilhar com todos este artigo, publicado por Carlos Rosado de Carvalho, Jornalista, em 1 de Outubro de 2008 no Diário Económico.
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Os salários dos executivos
Nos cinco anos anteriores à crise, os administradores dos cinco maiores bancos de investimento dos EUA receberam 3100 milhões de dólares.
A crise nos mercados financeiros colocou de novo a questão dos salários dos gestores no topo da actualidade. De acordo com a agência de notícias Bloomberg, no quinquénio 2003-2007, os administradores dos cinco maiores bancos de investimento dos EUA – Goldman Sachs, Morgan Stanley, Merrill Lynch, Lehman Brothers e Bear Stearns – receberam 3100 milhões de dólares. Este montante representa apenas 3% dos lucros dos cinco no período, mas é preciso não esquecer que parte destes resultados assentava em castelos de areia.
Stanley O’ Neal, Chairman e CEO da Merrill Lynch até Outubro 2007, lidera a lista com 172 milhões de dólares nos cinco anos, entre salários, prémios, acções e opções de compra de acções. A este valor há que somar cerca 160 milhões de dólares que, de acordo com cálculos do jornal The New York Times, o executivo receberia a título de indemnização e planos de reforma.
“Gostaríamos de agradecer a Stan ter liderado a transformação da Merrill Lynch numa companhia diversificada e global com um enorme potencial pela frente”, declarou Alberto Cabriori, recém nomeado ‘chairman’ interino do banco.
Elogios de circunstância no momento da despedida são normais em qualquer organização. Mas como agora se provou – em 15 de Setembro último a Merrill teve de ser comprada pelo Bank of America para evitar a falência – Cabriori exagerou. No mínimo foi imprudente.
É que O’Neal deixou a Merrill com prejuízos trimestrais de 2300 milhões de dólares e amortizações de activos de 8400 milhões de dólares, parte dos quais já relacionados com a crise do crédito hipotecário que chegou ao conhecimento da opinião pública somente no Verão de 2007, mas que, seguramente, não era segredo para os banqueiros de topo.
A imprudência de Cabriori só pode ser justificada à luz das relações de poder dentro de algumas empresas em que grupos de gestores funcionam como uma espécie de clã, protegendo-se uns aos outros. Talvez não seja por acaso que Cabriori foi o primeiro administrador que O’Neal colocou na sua equipa quando ascendeu à liderança da Merrill, em 2002.
No sistema capitalista, o poder das empresas começa por pertencer a uma única pessoa: o fundador. Como capitalista e gestor só tem de dar satisfações a si próprio.
Com o desaparecimento do fundador e a dispersão do capital em bolsa, o poder cai nas mãos de gestores profissionais. Em algumas delas, o presidente da companhia passa a ser rei numa corte composta pelos seus colegas de administração e outros quadros da empresa pagos principescamente como se fossem génios. Segundo a Bloomberg, em 2007, quando a crise já se fazia sentir, em média, cada empregado dos cinco maiores bancos de investimento dos EUA recebeu 353000 dólares, dos quais 211000 referentes a prémios.
Sem comentários.
Carlos Rosado de Carvalho, Jornalista
Publicado em 1 de Outubro de 2008 no Diário Económico
Artigo original em http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/1170721.html
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Se calhar está na hora de estes “gestores” serem chamados a responder pelos seus actos, e na falta de melhores alternativas, proponho que sejam linchados em publico, tipo empalados durante 10 horas por um personagem ao estilo Rocco Sifredi, ou ainda melhor por um Long Dong Silver, mas com o “instrumento” dobrado. Isto seria televisionado para todo o mundo em directo, com 24 câmaras, e com repetição cada 24 horas durante 3 anos.
Creio que o merecem muito, pois para cúmulo nenhum deles é meu familiar ou amigo e eu não pude usufruir dessas riquezas que geraram para eles e para os amigos.